Abertura curso de extensão em audiodescrição, realizado pelo Cintesp.Br/UFU

Texto: Cristiane de Paula, jornalista Cintesp.Br/UFU

A audiodescrição é um recurso desenvolvido para promover a inclusão de pessoas cegas com baixa visão e surdocega. O audiodescritor traduz a imagem ou vídeo em palavras permitindo a exploração de toda capacidade emocional da pessoa com deficiência visual e oferecendo maior envolvimento com a sociedade.  

A audiodescrição é um recurso oferecido, por exemplo, em teatros, salas de exposição de arte, museus, cinema e principalmente nas relações interpessoais proporcionando inclusão e acessibilidade cultural e cognitiva de todas as pessoas. “Comece uma conversa, escute um vídeo, uma cena de filme ou um trecho de peça de teatro de olhos fechados e repita a experiência com olhos abertos, perceba o nível de envolvimento emocional de cada situação”, assim teve início a aula inaugural do curso pela professora Mylena Rodrigues.

A audiodescrição começa com a própria descrição, a autodescrição, com a ação de se apresentar para uma pessoa. É se traduzir em palavras, dizer o nome, a altura, a cor da pele, descrever sobre o cabelo e a roupa usada, dando oportunidade à pessoa com deficiência visual identificar o interlocutor.

Serão 3 meses de curso sobre práticas inclusivas e legislação, o objetivo é despertar a vocação para quem deseja complementar o conhecimento. As aulas serão ministradas pela intérprete em audiodescrição, consultora e professora Mylena Rodrigues, acompanhada pelo roteirista e editor Valdivino Junior. De acordo com a professora, o curso não tem a pretensão de formar profissionais, é uma iniciação ao recurso. “Introduzir o conceito da audiodescrição é importante para o conhecimento, só assim nós cegos ou com baixa visão, nos conhecemos e conhecemos o mundo melhor”, enfatiza a professora Mylena.

O principal objetivo do primeiro curso de extensão em audiodescrição, oferecido pelo Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos da Universidade Federal de Uberlândia (Cintesp.Br/UFU), é despertar a sociedade para essa importante ferramenta de inclusão. “As ações de inclusão nos tem colocado mais permanente em contato com pessoas cegas, fiz o primeiro curso de libras, agora estou nessa turma de audiodescrição e digo que eu é quem sou ‘deficiente’, ao não saber me comunicar, chego a sentir vergonha”, acrescenta Eliane Carvalho professora do curso de fisioterapia da UFU, aluna do curso.

O projeto realizado em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC/UFU), Rede de extensão, empresa Simetria Acessibilidade e FUTEL também contou com o apoio do Conselho Municipal para Pessoa com Deficiência do município de Uberlândia, “fico muito feliz com esse momento, nós do COMPOD, já investimos em equipamentos para audiodescrição para o Teatro Municipal e ocurso vem somar para fortalecer a promoção da inclusão. É mais uma oportunidade para despertar para atenção e acessibilidade”, completa Eduardo Charles Faustino, vice-presidente do COMPOD de Uberlândia.

Este já é o terceiro curso, na área da educação, gratuito e aberto para a sociedade, oferecido pelo Cintesp.Br/UFU. No ano passado foram desenvolvidos cursos de libras e Braille.  “Essa é a nossa função, mover parcerias, trazer recursos para desenvolver cada vez mais os projetos de extensão”, disse Fabíola Dutra Amaral da ProexC/UFU.

Para o coordenador do Cintesp.Br/UFU é preciso estar junto à sociedade e fazer projetos com as pessoas, “estamos contribuindo para a formação e inclusão, é o nosso papel enquanto centro de pesquisas da Universidade Federal de Uberlândia com união de forças fortalecer o que nossa cidade já desenvolve para inclusão com acessibilidade”, completa Cleudmar Araújo, coordenador geral do Cintesp.BBr/UFU.

 

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