Apresentação, em São Paulo, de novo equipamento de personalização, avaliação, prescrição, treinamento e competição para esportes paralímpicos de arremessos e oficina realizada em um curso de Braile desenvolvido pelo Cintesp.Br/UFU com apoio da PROEXC/UFU, em Uberlândia.

Texto: Cristiane de Paula – jornalista Cintesp.Br/UFU

O projeto “Transpor Barreiras” foi uma das atividades desenvolvidas pelo Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br/UFU) voltado para a sociedade em geral para comemorar o dia “Internacional da Pessoa com Deficiência”, comemorado no dia 03/12 sendo instituído pela ONU desde 1992.

Transpor Barreiras – incluir e informar é um projeto de formação continuada da área de educação inclusiva do Cintesp.Br/UFU, apoio da PROEXC/UFU e que busca a melhoria da acessibilidade e inclusão de Pessoas com Deficiência e Pessoas com Doenças Raras. Nas primeiras semanas de dezembro, foram desenvolvidas diversas atividades voltadas para a cultura e a educação com a proposta de gerar conhecimentos e divulgação do Braille e a Língua de Sinais (Libras). Todas as ações envolveram a comunidade externa, promoveram a iniciação do saber e a importância de empreender em favor de uma sociedade. As práticas inclusivas buscam uma sociedade cada vez mais acessível, por meio da pesquisa e extensão no processo de formação continuada e profissional.

As atividades oferecidas envolveram cerca de 100 pessoas associadas à Adeviudi (Associação dos Deficientes Visuais de Uberlândia) e profissionais de diversos setores da cidade de Uberlândia. Em todas as atividades, os participantes conheceram novas técnicas e dispositivos para facilitar o desenvolvimento de habilidades e potencialidades humanas no aprendizado do Braille, participando de aulas de iniciação ao Braille, e aulas voltadas para uma formação básica em Libras.

Visitas guiadas nos Museus de Uberlândia: Centro Cultural e MUnA Fotos: Cintesp.Br/UFU

Na área cultural, as atividades envolveram exposições ligadas à diversidade étnica indígena com exposições montadas na cidade de Uberlândia. A primeira foi no Centro Cultural, ligado à Secretaria Municipal de Cultura. Em seguida, os alunos foram levados, também em visita guiada, ao Museu Universitário de Arte MUnA ligado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A experiência de visitar Museus da cidade superou todas as expectativas, para muitos alunos cegos, surdocegos ou de baixa visão, pois foi a primeira visita a uma exposição de arte. “Estou emocionado de ter tocado na peça, estive tocando no olho e nos dentinhos dela. Para mim é como se eu tivesse a tela uivando. É um sentimento assim. Eu tô até emocionado, é indescritível”, disse Dinarte Roque de Oliveira cego há dois anos, se referindo à experiência de conhecer, entre outras peças uma escultura em madeira em formato de uma onça, peça feita por índios da região.

Oficinas de Braile no Cintesp.Br/UFU – Fotos: Cintesp.Br/UFU

As atividades ainda envolveram cursos, oficinas sensorial e tátil, oficinas para prática de leitura e oficinas para coordenação motora fina. Ao final foram entregues certificados e a entrega de um exemplar de jornal escrito em braile, traduzido e impresso pelo Cintesp.Br/UFU, produzida por alunos do quinto ano do ensino fundamental de uma Escola Municipal, a Escola Leôncio do Carmo Chaves. “A gente conseguiu avançar muito com a questão da tecnologia assistiva. Conseguimos desenvolver uma oficina maravilhosa com os alunos que em breve, e talvez até fevereiro, a gente consiga fazer a exposição dessa mostra inclusive com a criação de um método novo para acessibilidade, por meio de áudio descrição, então foi muito interessante assim essa adesão da sociedade foi muito importante”, acrescenta Ana Sara Tomé, pesquisadora do Cintesp.Br/UFU, da área da educação.

Apresentações do equipamento de prescrição, treinamento, competição de arremessos. Fotos: CPB e Cintesp.Br/UFU

Na área do paradesporto, a atividade do Cintesp.Br/UFU programada para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiente aconteceu na cidade de São Paulo.  Foram 3 dias de provas que aconteceram no Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro. O treinador de paratletismo e pesquisador do Cintesp.Br/UFU, Leandro Garcia apresentou o equipamento desenvolvido e patenteado para avaliação, prescrição, treinamento e competição na modalidade paralímpica de arremessos. Vários atletas, treinadores, comissão técnica do CPB e arbitragem experimentaram o equipamento e conheceram as inovações e as vantagens que prometem revolucionar a modalidade de arremessos no esporte paralímpico.

Vista lateral do equipamento de prescrição, de treinamento e de arremessos fixo por sistema magnético em plataforma de aço sendo apresentado para técnicos do MMFDH e MCTI, em Uberlândia.

O equipamento é fixado a uma plataforma de aço que repousa sobre o solo que por meio de um potente imã prende o aparelho eliminando as amarras comumente usadas. Ele permite ainda, que sejam experimentadas novas posições de arremesso, potencializando a performance de cada paratleta. Entre os atletas que subiram no equipamento está a Beth Gomes recordista mundial de arremesso do peso na classe F52. “Ele fazendo todos os ajustes que precisam ser feitos para cada atleta, sendo um equipamento universal para cada um com sua deficiência, ele vai dar certo, muito certo”, comentou a recordista.

Outro que destacou as qualidades do equipamento foi o treinador Daniel Sena da equipe de Campo Grande /MS, “realmente isso aqui chegou para revolucionar, foi uma surpresa ver essa tecnologia, fiquei encantado, isso vai vir pra somar. O que mais me chamou a atenção, ponto forte para treinamento e competição, foram as diversas possibilidades de ajustes, o que nos ajudará nas intervenções para o treinamento, realmente ela é surpreendente”, destaca o treinador paralímpico.

A apresentação aconteceu durante o Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Atletismo, Halterofilismo e Natação, idealizado e criado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). “Garanto a vocês que esse equipamento será o futuro do esporte paralímpico nas categorias de lançamentos e arremessos. Fiquei encantado com todo projeto, tenho certeza que nossos atletas já estão aprovando e quem sabe já vamos ter um equipamento desses de primeira linha nas próximas Paralimpíadas em 2024 e quem sabe no Panamericano no próximo ano”, destacou Yohansson Nascimento, vice presidente do CPB.

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