Aula inaugural do Curso de Formação Continuada Educação promovido pelo CINTESP.Br/UFU

Texto: Cristiane de Paula – jornalista CINTESP.Br/UFU
Revisão técnica: Cleudmar Araújo – coord. CINTESP.Br/UFU

O Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (CINTESP.Br/UFU) deu início, nesta semana, ao primeiro Curso de Formação Continuada Educação, Pesquisa e Tecnologia em Libras. Com menos de 24 horas de inscrições pela internet, as  vagas haviam sido esgotadas e ainda foi gerada uma lista de espera com quase 200 interessados em aprender a Língua de Sinais, segunda língua oficial brasileira, “nós ficamos muito surpresos com a busca da população pelo conhecimento de aprender Libras, isso mostra que estamos no caminho certo e que a sociedade também busca ferramentas de inclusão e de maior acessibilidade e vamos buscar formas de atender ainda mais”, comenta Cleudmar Araújo, coordenador geral do CINTESP.Br/UFU, a respeito da grande procura pelo curso.

O curso é gratuito, uma iniciativa do Cintesp.Br/UFU na área de “Educação Inclusiva”, ele está associado às ações de inovação em tecnologia assistiva que propõe, nesta fase, o ensino de conhecimentos teórico-práticos introdutórios em Libras voltado à comunidade externa e aos pesquisadores e profissionais. É um projeto com apoio institucional da Pró-reitoria de Extensão, Cultura – PROEXC/UFU, Ministério Público do Trabalho-MPT/Uberlândia. As aulas acontecerão na Faculdade de Educação Física da UFU, o curso propõe a formação de 33 participantes que terão aulas até dezembro para cumprirem a carga de 80 horas, todas presenciais. As provas são realizadas considerando atividades práticas em Libras, textos complementares, participação ativa no grupo de estudo e pesquisas, atividades on-line, realização de vídeos em Libras, realização práticas com o uso de tecnologias concomitante à realização de provas presenciais, “para nós é importante ter essa sala cheia e a extensão, que esse momento de interação e troca de conhecimento, possa acontecer e acrescentar também a todos nós”, destaca Marlei José de Souza Dias, professora da divisão de Formação – Escola de Extensão da UFU e representante do  pró-reitor de Extensão, Cultura , professor Hélder Silveira.

O curso de Educação, Pesquisa e Tecnologia em Libras envolverá conhecimentos teórico-práticos com aspectos introdutórios em Libras com interface aos diversos campos do conhecimento e o fortalecimento no processo inclusivo de ensino-aprendizagem que propõe superar a fragmentação do saber e as barreiras comunicacionais e a importância considerando a cultura e história da pessoa com surdez. Com foco na inclusão e acessibilidade também farão parte da base do curso a fonologia, morfologia e sintaxe, bem como noções de escrita de sinais. “Não podemos tratar do aprendizado em Libras sem considerar o ser humano e o valor dele para esse processo de aquisição da Língua de Sinais, a história da educação e as organizações e marcos históricos no Brasil, leis e acessibilidade e o que mais venho aprendendo é o que desejamos oferecer aqui, me refiro ao potencial humano para uma comunicação sem barreiras”, completa Ana Sara Tomé, pesquisadora do CINTESP.Br/UFU.

O CINTESP.Br/UFU trabalha em formato de rede colaborativa com a sociedade e tem por excelência a pesquisa multidisciplinar envolvendo diversos laboratórios da UFU. Uma das pesquisadoras que fazem parte da área de educação inclusiva é professora da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FAEFI), Eliane Maria de Carvalho, tem doutorado em Ciências em Fisiopatologia Experimental e participa da coordenação do curso de Libras. O formato do curso associa o conhecimento científico e o conteúdo que se forma entorno da pessoa com surdez. Desta forma é um projeto que envolve a academia e a sociedade. Estendendo até na criação de um Grupo de Estudos e Pesquisas com possibilidade de propor novas diretrizes para promover cada vez mais a difusão do ensino às pessoas com deficiência com o desenvolvimento de produções cientificas, “me emociono com o caminhar das ações propostas pela educação inclusiva, oferecer oportunidades para a ampliação do conhecimento do ser humano e suas necessidades para a promoção da inclusão seja em qual setor for, da educação, da saúde, lazer, qualidade de vida e no setor produtivo, foi surpreendente ver que a procura pelo curso foi de profissionais do comércio, da educação e prestação de serviços em geral, isso se trata de necessidade de ferramentas de inclusão acessíveis, a sociedade deseja inclusão”, completa a professora da Faculdade de Fisioterapia da UFU Eliane de Carvalho.

Uma das professoras do curso “Educação Inclusiva” será a intérprete de Libras e coordenadora do Pólen – Núcleo de Adequação, Acessibilidade e Pesquisa para a Diferença Humana do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI), Alessandra da Silva, coautora do livro “Língua de Sinais Brasileira no Contexto do Ensino Superior”, uma publicação que reúne termos técnico-científicos publicado em 2005. O livro é uma das referências para alunos do ensino superior com surdez e baixa audição. Uma das raras publicações para o auxílio voltado para inclusão, em sala de aula, na formação de profissionais, “hoje promovemos acessibilidade a todas as doenças, temos muitos profissionais com surdez em diversas áreas que se formaram com a gente, neste curso não temos a pretensão de formar intérpretes, o importante agora é promovermos ferramentas em acessibilidade para formarmos interlocutores e com respeito às diferenças”, completa Alessandra Silva.

Também faz parte do time de professores do curso, Elaine Cristina Barbosa de Paula Bragança, pesquisadora do CINTESP.Br/UFU, na área da educação inclusiva. Surda desde um ano e meio de idade por complicações de meningite, ela atua na área de pesquisa e já ocupou o cargo de supervisora de conteúdo do MEC/SEESP no Programa Educação Inclusiva Direito à Diversidade, na área da surdez, “o surdo não pensa diferente do ouvinte, ele tem uma língua diferente, nós seres humanos, temos limites e nisso somos iguais. Cada pessoa tem seu jeito, o que se busca com a pesquisa e educação inclusiva é respeitar as necessidades e assim ultrapassar barreiras, o que é um sonho constante, bem como este que está sendo realizado por meio desse curso que vamos oferecer até dezembro”, completa Elaine, professora de Libras e pesquisadora do CINTESP.Br/UFU.

O CINTESP.Br/UFU desenvolve inovações em Tecnologia Assistiva com apoio financeiro do MCTI e MPT/Uberlândia, em formato de redes colaborativas, e parcerias com a Prefeitura de Uberlândia/Futel, Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Algar, Praia Clube Uberlândia, Sesi/Gravatás-Fiemg, Aparu, Apavu, Cddu, Adeviudi, Além de Parcerias com Laboratórios da UFU que atuam com projetos em Tecnologia Assistiva como: Laboratório de Modelos e Protótipos (LAMOP) e Laboratório de Usabilidade e Design Ergonômico (LUDE) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design, Laboratório de Projetos Mecânicos (LPM), (NTA) núcleo de Tecnologia Assistiva e Laboratório de projeto , automação e validação (FEMEC Maker) da Faculdade de Engenharia Mecânica.

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