Texto: Cristiane de Paula-Ascom CINTESP.Br

A adaptação à nova condição de vida para as pessoas que passam a ter limitações de locomoção, de interação em competição de igualdade ou simplesmente de serem autónomas são consideradas de extrema dificuldade para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e com doenças raras que as tornam mais ou menos debilitantes.

São exemplos de tecnologias assistivas (T.A.), toda intervenção tecnológica na promoção da inclusão seja no esporte, no lazer, na saúde, na educação e na vida diária. As ferramentas podem ser desde a brinquedos passando por roupas adaptadas a softwares e hardwares especiais para serem usados como instrumentos e suportes para acessibilidade. Nessas linhas podem ser incluídos todos dispositivos para adequação da postura, equipamentos alternativos de comunicação, órteses, aparelhos de escuta assistida, materiais protéticos, lápis adaptados, auxílios visuais e tantas outras inovações criadas para darem suporte para o sucesso do processo de inclusão.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência Lei 13.146/2015. (Estatuto da Pessoa com Deficiência), tem como o principal objetivo assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Desta forma, incentiva e cria recursos para a implantação de soluções de apoio e ferramentas para promoverem a inclusão da pessoa com deficiência, com mobilidade reduzida e com doença rara à participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

A tecnologia assistiva tem ganhado força no Brasil, mais recursos liberados, mais centros de pesquisa especializados e maior atenção para a promoção de uma cultura cada vez mais inclusiva têm se tornado uma aliada, no caso da pessoa com deficiência, pode ser o fator determinante para promover a inclusão seja no esporte, no lazer, na saúde, na educação e na vida diária. Um dos centros de referência no Brasil está localizado em Uberlândia, o Centro Brasileiro de Referência em Inovações tecnológicas para Esportes Paralímpicos (CINTESP.Br).

Continuar a lidar com tarefas do cotidiano e com as demandas da vida diária se tornam atividades difíceis e complexas. “Perdi dois anos da minha vida com depressão e com vergonha de mim mesmo por estar em uma cadeira de rodas e sem saber como recomeçar, o esporte com o basquete e a esgrima em cadeira de rodas me devolveram a vida”, relata o segundo melhor jogador de esgrima do mundo, o brasileiro Jovane Guissone. Basquete, esgrima e todas as atividades em cadeira de rodas são exemplos de tecnologia assistiva.

Vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU) o CINTESP.Br atua em rede colaborativa com mais de 60 pesquisadores de diferentes Universidades é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/Uberlândia-MG), atuando em formato de redes colaborativas  em parceria com a Prefeitura Municipal de Uberlândia por meio da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (Futel), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Praia Clube de Uberlândia, Grupo Algar e o Instituto Brain/Algar.

Jovane Guissone é um dos paratletas que participam das pesquisas do CINTESP.Br na linha de equipamentos para alto rendimento dos paratletas brasileiros. Ressaltando a importância do uso das tecnologias assistivas para gerar ferramentas, equipamentos e metodologias para oportunizar a autonomia e a participação das pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e doenças raras na sociedade e garantir qualidade de vida na inclusão social e produtiva.

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