Abertura II Fórum novembro branco e vermelho ‘Surdocegueira: consciência e (re)conhecimento Foto Secom/PMU – Valter de Paula

Texto: Cristiane de Paula- jornalista Cintesp.Br

Nesta 19ª edição o tema foi “Bicentenário da Independência: 200 anos de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil” o Cintesp.Br/UFU participou de diferentes atividades que envolveram a comunidade externa e interna da UFU.

Uma das atividades foi em apoio ao II Fórum novembro branco e vermelho ‘Surdocegueira: consciência e (re)conhecimento, dentro também dos eventos do ‘Novembro Branco e Vermelho’. O CintespBr participou, como apoiador do Fórum que aconteceu no Auditório Cícero Diniz, na Prefeitura Municipal de Uberlândia.

Um dos coordenadores foi coordenado pelo professor do Instituto de Letras e Linguística da UFU, José Carlos de Oliveira e também um dos palestrantes. Além do apoio do Cintesp.Br por meio da pesquisadora Ana Sara, uma das guias intérpretes que auxiliaram na realização e que fez parte da comissão organizadora do Fórum.

José Carlos falou dos desafios de uma pessoa surdocega no atendimento por políticas públicas. Ele teve rubéola neonatal e retinose pigmentar. A questão da surdez começou a ser percebida aos 13 anos de idade, e aos 17 identificada a baixa-visão. Em agosto deste ano terminou o doutorado em estudos linguísticos, classificado como surdocego, ele é uma das pessoas que estão sempre à frente de eventos pela conscientização da deficiência e aumentar as ferramentas de inclusão e de detecção precoce da surdocegueira.

em Uberlândia o IBGE identificou, no censo de 2010, 23 mil pessoas com algum grau de dificuldade de audição e 84 mil pessoas possuem alguma dificuldade de visão. Ao todo, são 1.309 surdos e 2 mil cegos moradores no município e pelo menos 30 surdocegos, o preconceito e a baixa autoestima e falta de mais ações em políticas públicas, de acordo com os organizadores do II Fórum são algumas questões que são enfrentadas para melhorar a inclusão e a acessibilidade.

“Estamos lutando, com eventos na cidade para despertar a sociedade e a prefeitura em torno dessa questão. Em Uberlândia existem guias-interpretes (ouvintes) formados pela AHIMSA/SP e também guias-intérpretes surdos que apoiam os surdocegos na cidade, inclusive o Cintesp/UFU que vem desenvolvendo tecnologias para auxiliar na inclusão dessas pessoas”, completa o professor Carlos.

De acordo com o professor Carlos, um dos organizadores do  II Fórum Novembro Branco e Vermelho – “Surdocegueira: Consciência e (re)conhecimento desta condição única” a comunidade começa a se organizar para conscientizar, já existem grupos de apoio e mobilização, por exemplo: grupo na UFU, Associação de surdos de Uberlândia (ASUL), “já realizamos dois seminários, relacionados ao tema na UFU, e agora realizamos o segundo Fórum e este com o apoio da prefeitura, assim, totalizando 4 na cidade, além de uma oficina de formação de guia-intérprete”, completa o professor.

Para falar a respeito da consciência e reconhecimento da surdocegueira, considerada como deficiência única vieram palestrantes do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Eles falaram entres outros assuntos sobre a trajetória educacional de um surdocego na rede pública de ensino, das lutas pelo reconhecimento e difusão da surdocegueira e ainda foi promovida uma roda de conversa que despertou a atenção para as barreiras, das políticas públicas, de tecnologias desenvolvidas para pessoas com deficiência e da criação de um Centro específico para a promoção do empreendedorismo voltado para a área da tecnologia assistiva.

Sobre esse assunto o coordenador do Cintesp.Br, Cleudmar Araújo que falou da implantação em Uberlândia do CNT, “Centro Nacional de Tecnologias para Pessoas com Deficiência e Doenças. Uma iniciativa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações que será instalado em 2023 no Campus Glória da UFU. O coordenador falou das pesquisas do Cintesp.Br com inovação em tecnologia assistiva desde final de 2019 e da rede colaborativa formada por pesquisadores multidisciplinares não apenas da UFU mas também de outros estados. “Contamos ainda com o forte apoio da UFU e parceria com a Prefeitura de Uberlândia, por meio da FUTEL. Nossos primeiros recursos vieram, em 2020, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI) e Ministério Público do Trabalho, região Uberlândia , o CNT vai ser o que o Brasil terá de novidade para fomentar as pesquisas em TA para pessoas com deficiência e com doenças raras, nossa missão principal será atrair o empreendedorismo para essa área e despertar a criação de startups para oferecer de maneira mais rápida e com menor dependência de importados mais inovação em TA para a sociedade”, completou o coordenador.

1 comentário

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário