Sessões de prescrição para fabricação de cadeiras de rodas com José Jr (basquete), Rafael Horffman (rúgbi) e Jovane Guissone (esgrima)

Texto: Cristiane de Paula-Ascom CINTESP.Br
Revisão: Cleudmar Araújo-coord. CINTESP.Br

A série de prescrições foi a maior já feita pelo CINTESP.Br / UFU, em uma semana os pesquisadores fizeram a prescrição para a fabricação de cadeiras de rodas para 3 modalidades: rúgbi, esgrima e basquete. Os paratletas foram indicados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CBP), todos já são referência mundial nas suas categorias, Jovane Guissone segundo no ranking mundial 2021 de esgrima, Rafael Hoffmann eleito melhor do Campeonato Brasileiro de rúgbi em 2019 e José Júnior vice-campeão Sul Americano de basquete em cadeira de rodas. No equipamento para prescrição de cadeira de rodas personalizada o paratleta passa por avaliações de modelos com mais de 20 ajustes que vão poder adequar à condição física e à necessidade de jogo de cada paratleta.

As prescrições foram feitas na sede do CINTESP.Br, instalada na Arena Sabiazinho, por meio de acordo de parceria com a Prefeitura de Uberlândia/ Fundação de Esporte e Lazer (FUTEL). A sede está equipada para ser a unidade de desenvolvimento com laboratórios de biomecânica, manufatura aditiva, modelagem computacional além do Laboratório de Projetos Mecânicos (LPM) instalado na Universidade Federal de Uberlândia. Os projetos do CINTESPBr têm financiamento do Ministério de Ciências Tecnologia e Inovações (MCTI), do Ministério Público do Trabalho de Uberlândia e em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com o grupo Algar por meio do Instituto Brain e agora com o Praia Clube e Sesi Gravatás da Fiemg.

De acordo com o coordenador do CINTESP.Br, Cleudmar Araújo, a parceria com a Futel, utilizando as instalações esportivas do Sesi Gravatás, permitirá ampliar a assistência aos paratletas e otimizar as pesquisas. Nos ambientes de treino os pesquisadores vão poder acompanhar, de perto, o uso das inovações em tecnologia assistiva em condições reais de treinamento juntamente dos treinadores e preparadores físicos. “Não para por aí, a ideia é que fazendo a prescrição de todas essas modalidades já deixarmos tudo pré-ajustado, acrescenta o coordenador.

A segunda etapa da prescrição é feita pelo pesquisador que insere as medidas em uma tabela no computador, o programa faz os ajustes para montar o molde da cadeira de rodas personalizada. Com o projeto pronto, o pesquisador do CINTESP.Br pode enviar a prescrição direto para fábrica ganhando tempo e qualidade com um equipamento 100% personalizado. “Isso que é inovador, além do projeto, a metodologia, isso não tem em lugar nenhum do mundo,  é mais que uma condição de uma prescrição e o CINTESP.Br passa a acompanhar o atleta e  não só o de alto rendimento mas o de iniciação também”, completa Cleudmar Araújo.

A previsão é de fabricar as cadeiras de rodas em até 30 dias, o processo ainda continua com o atleta usando a cadeira de rodas personalizada em sua cidade, nos treinamentos e jogos testando as condições em campo e passando informações de ajustes aos pesquisadores de Uberlândia. “Eu sei que eles disseram que vão fazer uma Ferrari para mim então vamos ver cada ponto que eu fizer lá em Paris em 2024 eu vou gritar CINTESP” conclui Jovane.

O acompanhamento passa a ser contínuo com entrosamento entre pesquisador e atleta que passará novas informações de ajustes necessários para o rendimento ideal para o alto rendimento e de qualidade de vida. “Eu acho que a cadeira vai ficar muito boa, estou sugerindo algumas medidas para diminuir as fraturas em determinados pontos da cadeira quando eu levo impacto muito forte do adversário, queremos uma cadeira com o maior a resistência daquela que eu uso em quadra”, disse Rafael Hoffmann do rúgbi.

As pesquisas desenvolvidas no CINTESP.Br poderão oferecer além de melhores condições para novos recordes e novos índices de alta performance, ainda fomentar a economia oferecendo produtos prontos para atender a sociedade. “Na verdade, essas inovações em tecnologia assistiva já são produtos e se tiver alguma empresa com interesse de fabricar ele está pronto, foi patenteado e já passou por todos os processos legais para sair dos laboratórios e chegar à comunidade”, disse Cleudimar Araújo coordenador do CINTESP.Br

“Eu acho muito legal que um trabalho feito por todo mundo onde todos ganham, nessa parceria todo mundo cresce junto, alunos pesquisadores doutores o município a prefeitura e nós os paratletas”, conclui Jovani Guissoni atleta da esgrima.

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