INOVAÇÃO NA SAÚDE.

Pesquisadores Brasileiros Desenvolvem Materiais Biocompatíveis para Implante de Recuperação de Lesões no Joelho.

O Brasil está perto de imprimir em 3D o primeiro menisco com material biocompatível com o organismo humano genuinamente brasileiro.

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Flávia Pedrini – Doutorando. Manuseando células no fluxo laminar

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Professora Dra. Eliana Duek – Responsável pela pesquisa

A pesquisa já está na fase de impressão, os materiais biocompatíveis mostraram condições biológicas e resistência mecânica em testes em vitros para implante de recuperação de lesões no joelho. As pesquisas estão sendo desenvolvidas na Faculdade de Ciências Médicas da PUC Campus Sorocaba  sobre a coordenação da Drª Eliana Duek.

O processo de fabricação de meniscos já está bastante avançado, os pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, PUC Sorocaba, interior de São Paulo, sob a coordenação da pesquisadora especialista em materiais poliméricos, Eliana Duek, finalizaram os testes in vitro e com implantes em coelhos, agora já começam a imprimir modelos de próteses para humanos. “Nós acreditamos que em 1 ou 2 anos, dependendo das exigências da ANVISA, que tem controles rígidos de qualidade, esse nosso material inovador, já poderá estar no mercado e por ser genuinamente nacional poderá ter custo muito menor, se comparado ao único comercializado até hoje de origem inglesa”, completa a pesquisadora.

O aspecto inovador da pesquisa está no material para a fabricação da prótese de menisco. As pesquisas desenvolvidas na PUC-SP, Campus Sorocaba, sintetizaram um novo material  à base de polímeros bioabsorvíveis, deixando a prótese de menisco 100% mais segura, podendo ser absorvida pelo organismo em até 5 meses, até a formação do novo tecido sem nenhuma complicação causada pelo implante. De acordo com a pesquisadora, o dispositivo não é tóxico e se degrada enquanto cresce um tecido fibrocartilaginoso, resultando na recuperação total do menisco. “Então se o material se degradar em até 30 semanas, será excelente dando maior prazo para total recuperação”, acrescenta a pesquisadora.

Os avanços dos resultados alcançados pelos pesquisadores da PUC Sorocaba poderão reduzir os custos do setor da saúde e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com problemas na região do joelho.

De acordo com Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), referência no SUS, a osteoartrose dos joelhos atinge mais de 12% da população com mais de 60 anos de idade. Nessa parcela da população ainda encontram pessoas na faixa etária produtiva como atletas de final de semana e os atletas de alta performance, especialmente os praticantes de modalidades de muito contato físico. “Hoje em dia a maioria das pessoas não usa próteses e com o tempo vai desgastando a cartilagem que cobre o osso e leva a artrite e artroses, o novo menisco vai prevenir essas complicações”, completa a pesquisadora Eliana Duek.

Com base na tabela SUS, apenas o procedimento cirúrgico de joelho pode chegar a pouco mais de 4 mil Reais, para o caso de reconstrução ligamentar intra-articular do joelho (cruzado posterior) e para mais de R$ 15 mil Reais na Rede Particular, sem falar dos custos da internação e pós operatório.

Com a matéria prima desenvolvida pelos pesquisadores da PUC Campus Sorocaba, os tratamentos poderão ser de menor custo e maior benefício ao paciente, já que a matéria prima, genuinamente nacional, permitirá que a prótese seja fabricada por impressão 3D e personalizada, atendendo às medidas e necessidades anatômicas do paciente.

O processo de impressão passa por etapas para se chegar a precisão da peça fabricada. Para isso o paciente é submetido a uma tomografia do joelho, os dados são colocados no computador e o programa desenha o menisco para a impressão.

O trabalho dos pesquisadores de biomateriais de polímeros da PUC de Sorocaba ainda envolve outra linha de pesquisas para implante de menisco utilizando células implantadas do próprio paciente na região lesionada e posteriormente o implante da prótese. O objetivo dessa segunda linha de pesquisas é oferecer maior condições de recuperação do tecido e menor risco de rejeição. “Essa forma de implante com células é muito nova, no mercado não existe esse tipo de tratamento, o que poderá ser muito usada no futuro”, conclui a pesquisadora.

 

Texto: Coordenação Geral – CINTESP.Br®

Daniela M. Yoshida; Cristiane de Paula

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